domingo, 29 de maio de 2011

Tríplice arte


Segue lúdico
Feito qualquer acorde alucinante
Ou apenas putrefato
Por palavras ditas naquele instante.
Nada que se torne magnifico
Nem em escalas menores, único.
Não me parece supernova
Nem um universo elegante.
Parece-me mais
Uma fantasia bienal.


Uma abstrata arte
Que me parte
Numa inexatidão desagradável
Faz-me fração frio, outra parte
Desatento.
Traços demais
Para uma curva espaço-tempo
Linhas de menos
Para expressar com o coração
Qualquer alvo momento.


Não torno-me contra a arte
Nem a favor dos versos.
Sou estranhamente levado
Por estes acordes,
E agora, nem física
Nem expressão.
Fica o silêncio
É o fim da canção...
Dos versos
E emoção.
 Bento A. G.

( Sempre juntas, deixo, poesia, música e arte, não que seja especialistas nelas; mas vejo-as com olhos tão infantis como vejo você donzela. E junto com esta tríplice, me pergunto, onde estás? onde estás donzela?...)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Português

Ao poente vi as minúsculas
Fazendo-se fixas e garrafais.
Eram desordenadamente
feito grito louco
ou um dolorido rouco
inexistente  na reflexão.

De longe
As via como anti-heróis
E o incerto, era agora, modinha.
Não era plural, tão pouco ímpar.

E dizem que estas
Garrafais, mistas
São populares,
Contudo, sou mais formal...

Deixo plural com plural

E prefiro dizer
Que gramaticalmente, sou anormal.
Bento A.G.

( distribui-se ignorância aos milhares e acham correto? Eu particularmente, acho que "emburrecer" a todos deve ser a mais óbvia e simples solução. Se não soubermos falar, escrever, pensar...como vamos mudar? É, acho que isto não existe mais... mudar? Não não, como uma curva descendente temos apenas a triste conclusão, daqui o futuro tende apenas a ser pior, ignorante e febrilmente pobre, pobre de cultura, de história e mesmo de si... NÃO DEIXE A GRAMÁTICA MORRER!!!! PORTUGUÊS FORMAL JÁ!) 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Televisão


Há poesia em todo o cinza além-mar,
Há, discreto, amor na chuva,
Ou uma aquarela na monótona tristeza,
Eu sei que há.

Contida, em preto e branco,
Uma fantasia sobrevive ao estático quadro,
Que mantemos da perfeição.
Foi-se poeira, sol, chuva,
E a cena sobrevive os infiéis,
Sendo esta; raio, relâmpago e trovão,
Aos corações contidos...

Inspiração é o refúgio da alma,
Oh! Jazigo inconstante...

Inspiração, agora que necessito,
Não há...
E a chuva, insensata não para.

Porém na simetria inversa.
Segue os versos loucos,
De um poeta enfurecido...


Sou este inconstante e louco,
Delinear de versos soltos
ou tão-somente o coração irrequieto
em busca de sua donzela.
Colorida e em alta definição
Senão somente, única
Em preto e branco.

 Bento A. G.

( Sinto-me ainda mais enfurecido por esta monotonia que sempre me agradou, não que necessito mudar, mas preciso sim e urgente radicalizar. Digo, continuar... Em linhas aferradas busco incansavelmente por ela, e onde estás? Gostaria de saber, donzela dos segredos vil, faz-me tanto mistério não, revela-te e deixa-me novamente com a monotonia do amor, quero-o tanto amor, amor, amor... Vinde a mim, suplico-o, vinde nobre amor. CANSEI-ME DE TODO O IMPREVISTO DA OCASIONALIDADE E DO (DES)AMOR... Vinde, abruptamente, a mim amor!!!)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Linhas de acaso


Não era emoção monótona
Tão pouco, euforia descontrolada.
Era paralisia muscular.

Ou estátua fria e escura
Depende o ângulo que se olhar.

Não dizimou Hiroshima
E os corpos surreais ainda permeiam.

Procuro cores cintilantes
E brilhos foscos.
Na verdade, apenas o desigual
Procuro teu amor
E em totalidade tua alma.

Seja esta radioativa
Ou de cores primárias.
Seja aquarela ou simplesmente
Metade, aquela.

Que me faz viajar
Por história, poesia
Quiçá em excessiva
Melodia...

Bento A. G.


( Em linhas tênues, quando a chuva parece-me interminável, vejo apenas o fosco que o amor me traz. Ou melhor, não me trouxe nem em suplicações majestosas. Sim, suplico invariavelmente por vós, vinde a mim amor impossível, vinde doce donzela... e faz-me, apenas, teu. TODO TEU. "Onde estou? Onde estás, meu amor?" ...)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Perspectiva

Vi-me ante a aquarela
de uma essência enjoada.
Vi-me, sendo pintor, poeta e abstrato
sendo, talvez, apenas o retrato
de uma época alva, aquela.

Agora, adestrado, vejo nada além
de uma vivência putrefata,
admirando a volúpia refém
dos ensinamentos antiquados.

Não sou machista, nem feminista
não me vejo aquém ou a afora
apenas necessito, às vezes,
fazer-me Chico.
Bento A. G.

( Horas seguidas olhando pela janela, e o transito não pára, a beira-mar continua igual, as nuvens, tediosamente, teimam em ser brancas, o céu na mesma proporção com aquele azul enjoado. Às vezes creio que o chato sou Eu, querendo mudar o que parece a todos tão claro e objetivo... Mesmo nesta monotonia tão fluente, viajo nos meus próprios princípios procurando justificativas plausíveis que me levem, não as facilidades de hoje, e sim as delíciosas expectativas de outrora. E que não seja apenas rotina, descobrir o colo, os pés, calcanhares... que seja mesmo, uma descoberta. Que ao olharmos ao redor, vejamos mais intelectualidade e menos físico exposto as faces alheias. Guardem os seios, as bundas... e vamos expor, não apenas tórax, bíceps e tanquinhos... vamos revolucionar com inteligência e educação e não esperar por mais uma tecnologia metamórfica que te faça uma lipo em 3s... e tenho dito!)   

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Pra ser sincero
Basta um segundo,
Para fazer-te todo amor.

E não menos que a eternidade
Para sonhar,
Que contigo, eu posso...
Bento A. G.

( Nas equações mentais que decifro diariamente, a mais exata, é o amor. e Em contradição a que me deixar mais dúvidas é ser exato, racional e frio... Amo o que me faz ferver e deixa-me sem chão...Pra ser sincero, quero apenas, amor, amor ,amor...)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A uma alma voraz
deixo as palavras despidas
em momentos de marasmo.
Ao meu estro
deixo os tornados da vida.

Rimas repetidas
feito diástole e sístole,
carinhosamente ditadas por este
aferrado músculo motor.

Às donzelas sexys
de uma noite qualquer
digo, dolorosamente
lamento-as por não me merecerem...
Bento A.G.

( Deixo aqui palavras justapostas por um coração que ao mesmo tempo sente-se bem por estar só e em contraponto lamenta-se pela ausência da donzela sonhada. Um misto de sentimentos que aflora nas viagens platônicas que diariamente convivo. Sonhos a mais, e emoções na mesma proporção. Dane-se tudo, a rima, a métrica... Penso apenas em dizer, com palavras simples e diretas, não sou de amores noturnos, não sou de todas, não vivo por aí. Sou da donzela desfalecida, da dama alva e dos sentimentos puros... Minha poesia não tem nada de extraordinário, já meu imo, é unicamente educado para amar acima de tudo...)