quarta-feira, 11 de maio de 2011

Perspectiva

Vi-me ante a aquarela
de uma essência enjoada.
Vi-me, sendo pintor, poeta e abstrato
sendo, talvez, apenas o retrato
de uma época alva, aquela.

Agora, adestrado, vejo nada além
de uma vivência putrefata,
admirando a volúpia refém
dos ensinamentos antiquados.

Não sou machista, nem feminista
não me vejo aquém ou a afora
apenas necessito, às vezes,
fazer-me Chico.
Bento A. G.

( Horas seguidas olhando pela janela, e o transito não pára, a beira-mar continua igual, as nuvens, tediosamente, teimam em ser brancas, o céu na mesma proporção com aquele azul enjoado. Às vezes creio que o chato sou Eu, querendo mudar o que parece a todos tão claro e objetivo... Mesmo nesta monotonia tão fluente, viajo nos meus próprios princípios procurando justificativas plausíveis que me levem, não as facilidades de hoje, e sim as delíciosas expectativas de outrora. E que não seja apenas rotina, descobrir o colo, os pés, calcanhares... que seja mesmo, uma descoberta. Que ao olharmos ao redor, vejamos mais intelectualidade e menos físico exposto as faces alheias. Guardem os seios, as bundas... e vamos expor, não apenas tórax, bíceps e tanquinhos... vamos revolucionar com inteligência e educação e não esperar por mais uma tecnologia metamórfica que te faça uma lipo em 3s... e tenho dito!)   

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