domingo, 17 de abril de 2011

Momento

Quando Eu não mais rimar
faça-me doces lembranças
ao menos uma vez...

Quando Eu estiver longe do teu estro
serei sempre aquela criança
que sonha com amores infinitos
e vê na saudade, oportunidade de sempre amar.

Quando meus versos acabarem
Não é por falta de amor
e sim porque estamos em silêncio
entrelaçando nossas almas pela eternidade.

Bento A. G.

(Quando nossas almas forem apenas uma, estarei sim, sorridente. Pois enfim todo o esforço terreno fez-se presente pela eternidade, criando um amor sincero e duradouro. Se cada segundo que passo entre meus versos fizer-me um tanto enamorado, valeu cada segundo. Pois ao enamorar-me aos versos, faço-te sempre inesquecível, amor.)

( Toda palavra é válida quando se disserte sobre o amor, as simples, as complexas... No entanto, particularmente, prefiro as sinceras. Em meus versos, misturo ciência, poesia e música, pois assim sou em essência. De todas as palavras já ditas, fico com algumas em especial, são estas: - Se for para amar, doe-se por completo, pois o amor não aceita porcentagens. Ou este é por completo ou não existe... "Onde estou? Onde estás, meu amor"...) 

sábado, 16 de abril de 2011

(Re)Nascimento

Quando vi-me sobre esta terra,
terra de ninguém, vi-me
aos erros do passado
um trovador aferrado.
Quando, já não mais vi
bem na hora do enterro
percebi o nada.
Nasceu em outrora novo rebento
não melhor, nem pior
vinha à Desterro, Bento.

Bento A.G.

( De todas as terras que pisei, esta será por todo a inesquecível. Não por aqui nascer, ou tão pouco por aqui crescer. Ficará sim eternizada estes palmos que repetidamente cultivei, por fazer-me, poeta, por inspirar-me sempre a amar e a ser todos os dias, este raio de luz. Digo-me não Bento, digo-me Desterro.) 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Canção do poeta



São tantas as notas
que compõe este blues,
à uma modinha clássica,
de um amante boêmio.

l'amour l'amour pur
vejo-a em olhos apaixonados
l'amour l'amour pur
quero-a em instantes enamorados.

Misturam-se as línguas,
e os acordes.
e no coração do poeta
 amores que se recorde
na eternidade da essência.
Bento A. G.

( Vejo música e matemática como um. Música e amor, como dois. Juntando-os vejo o limite infinito que ambos me levam. Viajo intensamente nas músicas do meu dia-a-dia, nas equações aleatórias que regem meu viver e ainda mais, na essência do meu músculo motor, somo-me, divido-me, equaciono-me... sempre para que no final toda a igualdade leva-me a ser apenas, amor. Todo o amor que um poeta sonhou e ser sempre a exatidão deste.)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Cova rasa


As névoas afogueadas
Pairando sobre sete palmos
Fazem-me corvo lírico.

Assoviando intimamente
Ao infinito
Lamúrias de um “que” de pecado
Querendo-a como a lua
Quer o sol
Ou vise-versa.

E estas cantigas
Perdem-se nos quilômetros.
Que separam alma e corpo
E Eu, corvo lírico
Sigo obscuro e triste.

Pois a sete palmos
A luz é ilusão
E você, muito mais.

Os putrefatos, realidade
E todo aquele amor
Pode-se  dizer, algum dia
Foi verdade.
 Bento A. G.

( Diriam os poetas cinzas do dia, que qualquer instante de partida é o êxtase perfeito da saudade. Ou que o ódio é a morte do amor. Diriam, talvez, que qualquer colorido no dia é um motivo de desconfiar do mesmo. Então, digo Eu, que qualquer dor é o suficiente para divagar sobre a morte e que a morte, é a oportunidade única de falar, sobre sorte.) 

sábado, 9 de abril de 2011

Buraco Negro


Vinde a mim de campos magnéticos
ou apenas em esfera maior, faz-me teu.
Uma energia uniforme de almas a mais,
tais essências que no rubro momento
lembram-me apenas do beijo.

Chegai tão perto
que possamos nos fazer um.
Olhai tão fundo, e vede
o quanto te espero;

Um músculo motor aferrado,
pelos teus apimentados ocasiões.
Ou apenas o imo enamorado
vendo-a como rosa em botão.

Vinde a mim, astro formoso
que mesmo no escuro,
far-te-ei todo amor
que um poeta fez neste esboço.
Bento A. G.

( Quanto mais densa a energia, maior a atração entre nossas diferenças. Atraem-se nossos corpos com uma voracidade sem igual. E nossas almas na mesma proporção fundem-se.  Dou-te então, todo o meu amor, força e admiração. Venha junto de mim, supernova e faça-me tua constelação particular... "Onde estou? Onde estás, meu amor?"...)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

À donzela Ruiva


Definir-me como amor
é roubar-me a escolha pelo pecado.
Em contraponto, se pecado fosse
Teria apenas, para doar,
todo o amor, doce.

Meu imo é ser
sempre só,
em tuas línguas e lábios
ser aquela canção em dó;

Minha fúria,
é ser, em teus gemidos
açúcar e pimenta
ou apenas o poeta querido.

Que em versos quentes
fazem-na, apenas amor.
Pois sou moderno
e amo-te, não nego.
Bento A. G.

( Às vezes, jogamos tantas palavras ao vento e esquecemos que particularmente, cada uma delas é de tamanha importância, tanto quanto se estivessem em conjunto. E cada qual com sua particularidade toca aos demais de maneiras e intensidades distintas. Cada palavra tem em sua própria entrelinha a magia de ser única e tocar aos corações alheios como estes permitirem. Deixe cada verso fluir, e surpreendentemente, notarás que o amor também flui... E ao amor deixo todas as palavras de minha vida.)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Fótons

Aos pares cada despedida,
remetia-me a um estado particular
e todo o quanta, era ora poeta, outrora amor.
seus feixes reacionários eram tão desiguais
quanto à ânsia pelo seu deleite, donzela.

Ao chocarmos corpos opostos
a força tênue do prazer fazia-se presente
aos nossos corpos suados,
no mesmo instante era a outros, passado.


Unidos pelo passado, presente e futuro
nossas almas vagam pelo cosmo
com a única certeza que seremos sempre
este instante de amor e prazer
onde sempre digo: - Eu te amo.
Bento A. G.

( Unidos pela eternidade estaremos, mesmo que nossos corpos estejam putrefados e distantes nossas almas estarão juntas, como um pacote de fótons que ao se separarem dão à luz, magia. e Se unirem ao cosmo uma singularidade par.)
Correlação Quântica

Se às vezes afogo-me no passado
não é porque as ásperas curvas da vida forçam,
e sim porque, desanimei-me, deste cosmo uniforme,
onde todo o cinza acaba no rubro do gozo.

Se outras tantas, absolvo-me do que escrevo
jamais foi por vergonha da simplicidade
É com certeza pelo complexo de entrelinhas
que exponho nestes mundos similares.

Linguagem nenhuma é capaz,
de fazer-me físico e poeta
amante e conservador
 mas esta gramática, faz-me sim
boêmio e sonhador.
Bento A.G.

( Em todos os espaços-tempos singulares que me rodeiam, creio que ainda vivo sobre a sombra dos romancistas, e neste exato instante, sei que estou a admirá-la. Mesmo que sejas, hoje, esta estrela perdida no infinito, ou apenas estas equações complexas que em outrora me justificavam. Não digo-me como números, nem como palavras, digo-me como equações que fazem no final a igualdade entre nossa alma.)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

   Nebulosa do Véu

     Uma explosão densa fez-se presente
     no espaço-tempo surreal
     de onde o azul terminou em vermelho
     e todo o uniforme, tornou-se, então, único.
     Findava-se um amor astral.
 

     De todas as palavras,
     restou apenas,
     respeito;
     Minha super-nova.

Bento A. G.

( De todas as interações mundanas, fico com as romancistas. Prefiro ter uma estrela particular a quem admirar. à uma constelação à me perder por ser quem não sou. E em particular, enamoro-me com as super-novas, seus tons desiguais, suas explosões únicas e curvas encantadoras. Prefiro, dentre mil, tê-la como a única! )

terça-feira, 5 de abril de 2011

A outra

Ásperas e libidinosas curvas
Fazem-na lânguida ao passar
De um a apenas outro.
Entristecendo-a por ser objeto.

 Na penumbra outra doce barata
 Deixa-te atraentemente única
 E ouve-se, então, aproxime-se!

 Jamais será a paixão
 Talvez a vaidade ou ilusão
 De um ego decadente
 O qual delineia-a, como sendo
 De fácil dominação,
 E as mãos calejadas
 A cortam, não por serem rudes
 Mas por serem despretensiosas e ilusórias
 Assim, deixam-na, sendo apenas a outra...

Bento A. G.

( Muitas vezes quando paro para observar, vejo-me tão longe desta realidade áspera e luxuosa. Torna-se tudo tão fácil e pouco significativo, quando vemos foi-se a noite, foi-se o gozo, e qual era mesmo o nome? É preocupei-me apenas com o prazer... e Isso tudo deixa-me profundamente magoado, matam as rosas, matam a educação e acham que tudo resume-se aquilo... Não quero ser outro, não quero a outra... quero ir de Alphonsus à Cruz e Souza, passear por Gonçalves dias e Augusto e perceber que a donzela desfalecida ainda existe, quero profundamente crer que o amor ainda existe. Pois então valho-me de Chico para perguntar, "Onde estou?...Onde estás, meu amor?" ...)

domingo, 3 de abril de 2011

Desejo de morrer


Ao avesso, faço-me, talvez,
Composto de armas e rosas
Tais quais fonte de inspiração.

E no imo, sou apenas,
A rosa pálida.

Das donzelas desfalecidas
o tênue labial de palavras despidas.

Procura-se, então,
Por contos de fadas
E fórmulas milagrosas
Ou uma teoria qualquer
Que te leve ao paraíso.

Ao simplificado
Um sentido gramatical desconhecido
Faz-se parecer ócio
Quando a morte é o esforço principal.

Finda-se cada lápide
Com uma frase celebre
Eternizada por qualquer imbecil
E assim nascem versos

Que sem rimas ou sentidos

Findam um poema
De morte.

Bento A. G.



( Há alguns momentos em que a tristeza te deixa tão debilitado que pensamos na solução que rapidamente torna-se uma opção, com certeza, não a melhor delas, mas evidentemente por todos já pensados, a morte. E ela em si é tão misteriosa que já vale um registro sobre tal. Em um domingo acamado e tristonho, nada melhor de bailar nos jardins da insanidade e descrevê-la, seja sempre misteriosa e longínqua, estando a milhas e milhas daqui...)