terça-feira, 12 de abril de 2011

Cova rasa


As névoas afogueadas
Pairando sobre sete palmos
Fazem-me corvo lírico.

Assoviando intimamente
Ao infinito
Lamúrias de um “que” de pecado
Querendo-a como a lua
Quer o sol
Ou vise-versa.

E estas cantigas
Perdem-se nos quilômetros.
Que separam alma e corpo
E Eu, corvo lírico
Sigo obscuro e triste.

Pois a sete palmos
A luz é ilusão
E você, muito mais.

Os putrefatos, realidade
E todo aquele amor
Pode-se  dizer, algum dia
Foi verdade.
 Bento A. G.

( Diriam os poetas cinzas do dia, que qualquer instante de partida é o êxtase perfeito da saudade. Ou que o ódio é a morte do amor. Diriam, talvez, que qualquer colorido no dia é um motivo de desconfiar do mesmo. Então, digo Eu, que qualquer dor é o suficiente para divagar sobre a morte e que a morte, é a oportunidade única de falar, sobre sorte.) 

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