Cova rasa
As névoas afogueadas
Pairando sobre sete palmos
Fazem-me corvo lírico.
Assoviando intimamente
Ao infinito
Lamúrias de um “que” de pecado
Querendo-a como a lua
Quer o sol
Ou vise-versa.
E estas cantigas
Perdem-se nos quilômetros.
Que separam alma e corpo
E Eu, corvo lírico
Sigo obscuro e triste.
Pois a sete palmos
A luz é ilusão
E você, muito mais.
Os putrefatos, realidade
E todo aquele amor
Pode-se dizer, algum dia
Foi verdade.
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