Desejo de morrer
Ao avesso, faço-me, talvez,
Composto de armas e rosas
Tais quais fonte de inspiração.
E no imo, sou apenas,
A rosa pálida.
Das donzelas desfalecidas
o tênue labial de palavras despidas.
Procura-se, então,
Por contos de fadas
E fórmulas milagrosas
Ou uma teoria qualquer
Que te leve ao paraíso.
Ao simplificado
Um sentido gramatical desconhecido
Faz-se parecer ócio
Quando a morte é o esforço principal.
Finda-se cada lápide
Com uma frase celebre
Eternizada por qualquer imbecil
E assim nascem versos
Que sem rimas ou sentidos
Findam um poema
De morte.
Bento A. G.
( Há alguns momentos em que a tristeza te deixa tão debilitado que pensamos na solução que rapidamente torna-se uma opção, com certeza, não a melhor delas, mas evidentemente por todos já pensados, a morte. E ela em si é tão misteriosa que já vale um registro sobre tal. Em um domingo acamado e tristonho, nada melhor de bailar nos jardins da insanidade e descrevê-la, seja sempre misteriosa e longínqua, estando a milhas e milhas daqui...)
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