domingo, 3 de abril de 2011

Desejo de morrer


Ao avesso, faço-me, talvez,
Composto de armas e rosas
Tais quais fonte de inspiração.

E no imo, sou apenas,
A rosa pálida.

Das donzelas desfalecidas
o tênue labial de palavras despidas.

Procura-se, então,
Por contos de fadas
E fórmulas milagrosas
Ou uma teoria qualquer
Que te leve ao paraíso.

Ao simplificado
Um sentido gramatical desconhecido
Faz-se parecer ócio
Quando a morte é o esforço principal.

Finda-se cada lápide
Com uma frase celebre
Eternizada por qualquer imbecil
E assim nascem versos

Que sem rimas ou sentidos

Findam um poema
De morte.

Bento A. G.



( Há alguns momentos em que a tristeza te deixa tão debilitado que pensamos na solução que rapidamente torna-se uma opção, com certeza, não a melhor delas, mas evidentemente por todos já pensados, a morte. E ela em si é tão misteriosa que já vale um registro sobre tal. Em um domingo acamado e tristonho, nada melhor de bailar nos jardins da insanidade e descrevê-la, seja sempre misteriosa e longínqua, estando a milhas e milhas daqui...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário